Assemelham-se à vida, as ruas cruzadas e os becos, com ou sem saída. Ou se obtém sucesso e resposta, ou se perde e se permanece na dúvida. Tão incerta e imprevisível, a vida obriga-nos a escolher quando menos esperamos, a largar o estável e seguro e a esperar e encontrar o instável, novo e dubitável. Envolvido de uma certa subjectividade, espontaneidade, este conjunto de interacções torna-nos vulneráveis de certo modo, e irredutíveis ou persistentes de outro. Vulneráveis porque nos sujeitamos a estados de espírito e relações tão relativas que a qualquer momento podemos dar de caras com um inevitável e (à primeira vista) irresolúvel abismo; persistentes, no sentido de termos preserverança para sair da mó de baixo quando nem direcções, nem sentidos ou rumos a seguir parecem existir, ou até mesmo, naqueles momentos de secura da felicidade, fortificarmo-nos e tomarmos partido de pensamentos bonificadores e não pessimistas. Está no destino. Todas as ruas que representam os incontáveis caminhos que podemos seguir, todas as esquinas e/ou becos com ou sem saída, que traduzem as caminhadas percorridas e escolhidas, que nada mais têm a seguir... E aí torna-se necessário saber que se perdeu, aceitar a derrota e prepararmo-nos para um novo tempo, em que aí seremos donos da vitória, possuidores de um recente e desconhecido modo de vida, com o qual nos deparamos e o qual nos vemos obrigados a aceitar, é de certo irreversível e irredutível, este. Dificilmente aceite inicialmente... Posteriormente tornamo-nos conformistas em relação ao mesmo e certos de que terá muito para anunciar, batalhar, esperar, ansiar, conseguir, perder. A vida é isto, um ciclo vicioso e indeterminado. Faz-nos crescer, viver e certificar o que é incerto. Deve ser tolerada, não nos conformarmos com as coisas é repreensível. Assim, ontem, hoje ou amanhã é necessário olhar para tudo aquilo que de relance ou em profundidade se passa connosco, e tomar consciência do lado bom desses acontecimentos, do que tiveram de proveitoso e ensinador.
sábado, 15 de março de 2008
terça-feira, 11 de março de 2008
We can't get together anymore.
E aquele abismo que me derrotou, perante o qual me inferiorizei, permanecendo de cabeça cabisbaixa, evitando o diálogo sobre tal situação e intervindo apenas quando necessário... Esse mesmo que foi tudo menos indolor. Perante ele paralisei, perdi as forças e pejorei-me, dissipando e esquecendo todas as virtudes de que sempre fui dotado e também que a culpa do sucedido nem sequer caía sobre mim. Permaneci inerte, considerei que seria algo inelutável, pelo qual não poderia batalhar mais, a única hipótese era continuar a existir, mas sozinho, sem caminhar mais para ti e martirizando-me, de certo modo, por ter tido mais um relacionamento fracassado. Porém, naquela altura admito, só queria um abraço, um toque, uma promessa que se pudesse levar a efeito, um aconchego, só ansiava sentir que o meu porto de abrigo não tinha deixado de o ser. Não nego que, mais difícil que tudo, foi ter que partir e deixar-te ir num estado de desarme total. As marcas que deixaste foram fortes, continuam a ecoar e os carinhos que tantos planos juraram, provocam a incerteza e a inteligível dúvida de como teria sido se nada disto se tivesse desenrolado.
Não esqueci, não eliminei. Fui orgulhoso e obstinado, é certo. Não me arrependo, nem me condeno por o ter sido. Apesar da saudade e do desejo que se apoderaram na altura, a rejeição e o ter sido, indirectamente, mandado embora, prevaleceram sobre tudo o resto. Ainda hoje tomam conta de mim e, menos que há uns dias, fizeram com que nas minhas mãos e na minha cabeça não coubessem mais motivos para me elevar. Mal amado, senti que os esforços que havia feito de nada tinham servido, e que a plena sensação de perda me considerava a mim e só a mim o culpado. Entreguei-me vezes sem conta, sem qualquer hesitação, apenas com medo, aflição... Sentimentos que apressadamente aqueciam e davam lugar a esperança, convicção, certeza, segurança e estabilidade.
Desde então, ninguém mais conquistou um lugar dentro de mim da maneira que tu fizeste, tornou-se sólida a encrenca de me voltar a apaixonar. Desconfio de qualquer palavra, e levo tudo à letra, "endivido" o meu pensamento, porque roubo significados para as coisas que nem sempre são os mais adequados. A minha vida é um caos, um rodopio de emoções e trânsito de sentimentos. É aterrorizador e apenas sinto vontade de a sublimar. Poderia fazê-lo se estivesse enamorado, com os olhos brilhantes e se me sentisse acarinhado, sacrificando-me com tudo aquilo o que a pessoa tivesse direito. Não é essa a situação, mas espero, aguardo, mantenho-me na expectativa dum futuro promissor e comprometedor, capaz de me tornar naquilo que fui anteriormente, inabalável quase sempre, derrotável num número de vezes contabilizáveis pelos dedos.
Desde então, ninguém mais conquistou um lugar dentro de mim da maneira que tu fizeste, tornou-se sólida a encrenca de me voltar a apaixonar. Desconfio de qualquer palavra, e levo tudo à letra, "endivido" o meu pensamento, porque roubo significados para as coisas que nem sempre são os mais adequados. A minha vida é um caos, um rodopio de emoções e trânsito de sentimentos. É aterrorizador e apenas sinto vontade de a sublimar. Poderia fazê-lo se estivesse enamorado, com os olhos brilhantes e se me sentisse acarinhado, sacrificando-me com tudo aquilo o que a pessoa tivesse direito. Não é essa a situação, mas espero, aguardo, mantenho-me na expectativa dum futuro promissor e comprometedor, capaz de me tornar naquilo que fui anteriormente, inabalável quase sempre, derrotável num número de vezes contabilizáveis pelos dedos.
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