segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Após dias, dias, dias e dias...

A vida recua e avança num misto de sensações. As suas metáforas movem-nos e encaminham-nos. Fazem-nos pensar, ensinam-nos a ser pragmáticos e a tentar conhecer com uma certa relutância a verdadeira essência do rápido passar do tempo.
A aprendizagem depende das experiências, das exigências e daquilo que o destino nos reserva. Além disso, subordina-se com os caminhos que tomamos ao longo da nossa existência e escolhas que fazemos perante alternativas exequíveis, na tentativa de nos exonerarmos das adversidades da vida. O medo, o pânico, a angústia, que nos deixam desamparados e tomam conta de nós muitas vezes, nem sempre são sinal de um futuro não promissor. A alegria, o contentamento e a felicidade, que nos deixam eufóricos e a saltar mais alto do que devemos, nem sempre prometem que os dias que se seguem serão iguais ou melhores que os anteriores. A racionalidade perante tudo aquilo que de nós se aproxima é efectivamente importante. Nem sempre somos donos da nossa vida porque nem dela sabemos cuidar. Não conseguimos tomar conta dela, porque não sabemos o que fazer em cada situação. Não é incomum nem condenável, é natural.
É por isso que todos perdemos e todos ganhamos. Porque nem após dias, dias, dias e dias, meses, meses e meses, anos, anos e anos, aprendemos a lidar com tudo. Aparece sempre um novo e robusto enigma que enceta pensamentos de idiotice e não conhecimento da vida. Isto reside na inesperada conjuntura que surge sempre que viramos uma nova esquina. É um passo novo, um nível novo a atingir.

terça-feira, 8 de julho de 2008

(amo-te)

vejo-te vezes sem conta. detrás, dos lados ou à frente a tua sombra continua a perseguir-te. permaneço consciente daquilo que ela é e o que significou para mim, bem como consciente dos teus contornos, da tua silhueta que reconheço à distância e dos teus traços interiores. não quero nem consigo remar contra a maré, a tua presença incide dentro de mim com maior ângulo e ênfase que a desistência. endureces e solidificas o sentimento que persiste sem te aperceberes, e sem a devida correspondência só consigo olhar para tal acontecimento de uma forma enfadonha, não vigorosa ou energicamente.
não sei se te sentes nostálgica perante o passado, não sei se choras por não me teres ao teu lado, não sei se ainda sentes que vibras dentro de mim, não sei se ainda me amas tão robustamente como amavas. são dúvidas introspectivas, íntimas e intraváveis. pertencem a todos os meus (não) homogéneos dias, embora envolvidos na igualdade e monotonia.
quebrantado e melindrado, perco-me nos pensamentos e confundo-os, como se se tratasse de um turbilhão de coisas que nada em comum possuem. sarar todas estas advertências e dores é improvável e incerto.
só a tua companheira de todas as horas e tu me elevariam ou sublimariam, por aquilo que já foram para mim, pelos momentos já passados e pela cumplicidade que criaram, pela cor verdadeira dos teus e dos meus olhos, que só era alcançada quando, de forma espontânea, os contemplávamos mutuamente e intrinsicamente, pela força que me davas e continuas a dar sem te dares conta.
não sei se é recíproco, não sei quase nada - a não ser as últimas palavras proferidas.

terça-feira, 24 de junho de 2008

ao milésimo centésimo quarto e sexagésimo segundo dia,

depois de tanto turbilhão, mantenho-me na solidão e corruído pelo sentimento. permaneces... seja em sonhos desvanecidos, seja nos cruzamentos do dia-a-dia, seja em pensamentos atribulados, misturados ou serenos. retorno sempre a ti, e não sei deveras o que se passa desse lado. incapaz de transpôr exactamente o que sinto, tento encontrar palavras que descrevam o que vivemos e todas as adversidades pelas quais passámos. no entanto, estas não caracterizam de forma minuciosa os sentimentos, os momentos, os planos concretizados e inacabados, os olhares e as brincadeiras. partilhar tudo com os demais não traz nada de notório ou novo, só aprofunda os teus reflexos dentro de mim e mostra o transbordo de distância que nos separa.
havia despedidas nossas que eram tristes, mas que nos aproximavam, pois sabiamos que o dia seguinte nos juntaria de novo. esta última foi uma despedida amarga e ao mesmo tempo triste. agora só queria aquelas que nos aproximavam e enalteciam o sentimento, aquelas que me faziam amar-te mais do que tu imaginavas e imaginas.
não é meu direito pedir-te para voltares, mas só ansiava fazê-lo. amo-te desde o primeiro dia. é recíproco? é meu desejo saber.

domingo, 8 de junho de 2008

sometimes it's more difficult than it seems.

quando penso em ti o tempo não pára, mas tudo se move como que em câmera lenta. os sentidos difundem-se, a calma estabiliza, o coração e a memória entram em sintonia e bombardeiam momentos em revista, a nossa banda sonora toca no meu ouvido como que a sussurrar, no céu as nuvens correm a pouquíssimos quilómetros por hora, o vento forte parece uma brisa suave. tudo parece descontrolado e pouco banal ou comum. as horas perdem-se e extinguem-se, à volta nada se foca, a minha pele arrepia-se, os meus olhos cerrados nada mais sentem a não ser a tua imaginada respiração, as minhas mãos sentem o quente das tuas por recordação, os meus abraços pressentem um abraço teu. no entanto, a telepatia do pensamento é uma incógnita. passados alguns segundos, sinto vontade de me abster, derrubar aquele mundo e voltar ao inultrapassável e repetitivo quotidiano. apesar do conhecido aforismo que diz quando o amor é correspondido o pensamento é mútuo e recíproco, também é algo dubitável, sobretudo quando a distância teima em alargar-se e afastar os corpos e a cumplicidade que já havia sido alcançada. não serão as palavras baratas, nem as caras, nem mesmo a eloquência que te trarão de volta. será, talvez, a conquista de batalhas desta guerra. a batalha de um simples e ao mesmo tempo complexo 'amo-te', a batalha do furto de um sincero e apaixonado beijo, a batalha de te agarrar a mão e não a largar mais, a batalha da união indestrutível. todas elas eu quero conquistar, para que mais não seja preciso eu isolar-me e constituir o mundo do tempo quase parado, mas sim, para que esse mundo seja ao teu lado, com os corações unidos num só e sem que seja necessário voltar ao tal banal quotidiano.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

sabes,

quando me recordo dos cenários que vivemos, das tristezas que nos encetaram pensamentos de força, da cor da tua íris e do teu pestanejar singelo e solene, da minha mão a sentir a vibração do teu músculo posicionado no peito, dos teus caracóis envoltos nos meus, das maneiras estonteantes com que nos ríamos, da simplicidade do teu toque e dos teus traços faciais, do meu tacto na tactilidade mágica das tuas mãos, do sentimento que nos unia e que espero que volte a unir e que de ténue e fraco nada tem, tem sim algo de robusto, possante e consistente, da surreal maneira com que os olhares transmitiam as intenções, o espírito e o estado da alma, das noites de permanente união a venerar os astros, do pôr-do-sol a incluir-nos na paisagem, das ondas a rebentarem-nos nos pés e das corridas para a areia onde iríamos rebolar, das tardes em que nos estendiamos horizontalmente na relva enamorados, apaixonados e fascinados a olhar o céu, quer estivesse cinzento, azul, amarelo, cor-de-rosa ou vermelho, dos nossos momentos destoantes e sem entendimento, das nossas lutas graduais e ininterruptas... eu rejubilo e ao mesmo tempo faleço. somos idênticos e almas gémeas: em cada traço que temos delineado, em cada gesto que personificamos, em cada sorriso que esboçamos, em cada discurso que elaboramos, em cada desentendimento que criamos, em cada olhar que lançamos, em tudo. desta recordação advêm as lágrimas, que percorrem a face e que se conjugam com a mágoa, a saudade e o sentimento de perda. estas provêm do teu canto e abrigo que aqui permanece desocupado e vazio. voltares não te traria qualquer arrependimento, seria tudo dotado de diferença e imprevisibilidade positiva, de curiosidade e de momentos sublimes, felizes e sobrenaturais. não é algo que me alegre, mas envolvo-me num conjunto de prolepses que suscitam ilusões e ao mesmo tempo esperanças. e espero por ti e por tudo aquilo que despertas em mim, sem cessar e sem hesitar. fascinas-me duma forma atroz e inexplicável, e é algo que acontecerá até ao meu último batimento cardíaco.

domingo, 4 de maio de 2008

é...




amar deve ser dos poucos verbos sem caracterização exacta. amar é sinónimo de preserverança, esperança, perdão, sinceridade, luta, conquista, ânsia, felicidade, tristeza, incerteza, estabilidade. amar é... profundidade, saudade, crescimento, aprendizagem; é não recear o futuro, não temer o presente e não esquecer o passado; é ter o coração a bombear sorrisos e respirações quentes; é olhar o céu azul, o sol, as árvores, as nuvens e tudo o resto, e saber que o amor se repleta com muito mais cores; é olhar à volta e ter vontade de sorrir do nada; é caminhar sem cessar à procura de momentos inigualáveis; é correr e brincar junto ao mar e sentir que os dias ao lado de quem amamos são todos diferentes; é conhecer o nosso amor melhor que a palma da nossa mão; é rir e sentir que só essa pessoa nos ouve; é beijar e arrepiarmo-nos dos pés à cabeça; é entrelaçar as mãos e sentir que somos um só, sem possível quebra da nossa ligação; é batalhar pela relação sem pensar no amanhã; é conhecer cada gesto peculiar e o multiforme olhar; é suspirar a face e o pescoço e suscitar no outro um calafrio quente envolvido na paixão; é corar perante frases eloquentes e metafóricas; é não nos darmos conta do rápido fluir do tempo; é escrever e não perder as ideias, encadeá-las e personificá-las; é um jogo em que ambos ganham e o libido insertectado com a felicidade os fazem ultrapassar os mais difíceis níveis e obstáculos; é algo físico e espiritual... ansiar tocar cada traço do corpo do parceiro e ao mesmo tempo sublimar o coração de amor; é perder a conta das vezes que palpitamos quando nos abraçamos; é reter na nossa pele o perfume preferido do outro; é olhar olhos nos olhos e estimular pensamentos transmitidos telepaticamente; é perdoar os erros 'imperdoáveis'; é permanecer em silêncio dentro do bulício; é deixar as lágrimas cair nos momentos de despedida; é saber perder e saber ganhar; é algo sórdido e interesseiro quando se ama da boca para fora e não do coração; é luz, vivacidade e união. amar é não ter explicação nem fundamento, é lembrar o outro em qualquer direcção e perder controlo sobre nós, é não cessar nem desistir, é perdermo-nos e encontrarmo-nos. é tudo.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

amor

bastaram segundos para me permaneceres na pele (para sempre?), sem possível retorno. tudo aconteceu numa banal tarde de verão, supunhamos. ao longe vi os contornos do teu sorriso e o esvoaçar dos teus caracóis com o vento a não sei quantos quilómetros por hora. magicamente, um singelo adeus a pequenos metros de distância mudou o nosso destino até então traçado. embora já nos conhecessemos, naquele momento pareceu amor à primeira vista e indescritívelmente era um sinal de que tempos únicos se aproximavam.
no início os sorrisos eram discretos e envergonhados, as palavras saíam com receio do impacto que pudessem causar, os olhares brilhavam como nunca antes tínhamos visto e os corações, esses já haviam sintonizado um no outro, já eramos um só. aí sim, passei a conhecer-te por dentro, os teus tiques, as tuas manias, o significado dos teus olhares e das tuas palavras. pude tocar traços do teu rosto, enrolar os meus dedos nos teus caracóis, beijar-te a testa, sorrir-te e sentir que o meu coração também sorria por estarmos ali, colocar-te a mão sobre as costas, puxar-te e agarrar-te bem perto de mim, olhar as estrelas, o céu azul ou descobrir nas núvens figuras e letras ao teu lado, sentar-me num banco junto à ria e observar a sua ondulação enquanto trocávamos gestos e carícias...
como nada nem ninguém é perfeito, a ruptura não tardou em chegar. colocou barreiras entre nós e criou desentendimentos. possuíamos uma relação com os dois lados da moeda: inabaláveis ou muito próximos, ou muito frágeis e com um relacionamento incerto e que causava tremendo sofrimento. eramos de luas; mudavamos quando o sol se punha e voltávamos a mudar quando o sol surgia.
o nosso quotidiano nunca mais seria o mesmo, mesmo que por vontade o tencionássemos alterar. de todo impossível fazê-lo, somente podíamos lutar contra o sentimento. durante meses foi o que fizémos, entretanto a proximidade escolhía-nos de novo e a magia do nosso amor regressava. mais meses separados e acompanhados por outrém se passavam... até então o sentimento aqui estava, talvez apagado, não morto. em minutos, surpreendi-me, e com recordações senti que tudo rejubilara... o sorriso enquadrado na mútua felicidade era irreversível, e tudo o que havíamos passado, havia voltado. porém, os momentos eram dotados de maior maturidade e certezas. até que...

sexta-feira, 25 de abril de 2008


o passado é irreversível e tudo o que o moveu não é susceptível de sofrer transposição para o presente, e muito menos capaz de apagamento ou repetição. porém, este consegue-nos destruir o presente quando teima em fazer com que vivamos presos e agarrados a ele. a saudade dos momentos de felicidade; a mágoa da perda; a angústia do perdão que é em vão; a ânsia de que, à semelhança do passado, o presente se cubra de amor transmitido e recebido, após o seu rejubilar; o medo do aparecimento de sentimentos de solidão no meio duma multidão; o (re)lembrar das conversas serenas e embaladas de sorrisos; a repetição das carícias e dos beijos terá talvez pouca probabilidade... ainda assim, essa vontade indescritível comove-me e retém-se no meu pensamento; as palavras eloquentes e apaixonadas, que ocorriam sem prévia reflexão mas com início na espontaneidade... são coisas, não banais, mas talvez coisas anormais e que considero só acontecerem uma vez na vida, vez essa que espero ainda não ter tido um fim, nem nunca chegar a ter.
a dúvida das acções a praticar para conseguir o teu regresso inviabiliza-me e torna-me tão pouco expectante do depois de amanhã, tão incerto e melindrado... a verdade é que o erro não partiu de mim, e a rejeição que sofreste tem justa causa e fundamento. enfiei-me dentro de mim próprio, para me proteger e guardar de possíveis e maiores perdas. o acontecimento então desenrolado derrotou-me e desgastou-me. sei que era algo iminente, nem eu me encontrava livre de tal, contudo não esperava nem me encontrava preparado para passar por algo tão doloroso. é difícil viver sem sentir que estás perto, sem o teu cheiro ficar retido na minha pele até ao dia seguinte, sem os teus toques quentes que me criavam um friozinho na barriga, sem poder ir-te acordar e ver o teu primeiro sorriso do dia, sem a tua mão a suar na minha, sem acariciar a tua face lisa e redondinha... custa admitir, mas tenho a certeza que só serei o mesmo quando voltares. volta... para mim!

sábado, 15 de março de 2008

Assemelham-se à vida, as ruas cruzadas e os becos, com ou sem saída. Ou se obtém sucesso e resposta, ou se perde e se permanece na dúvida. Tão incerta e imprevisível, a vida obriga-nos a escolher quando menos esperamos, a largar o estável e seguro e a esperar e encontrar o instável, novo e dubitável. Envolvido de uma certa subjectividade, espontaneidade, este conjunto de interacções torna-nos vulneráveis de certo modo, e irredutíveis ou persistentes de outro. Vulneráveis porque nos sujeitamos a estados de espírito e relações tão relativas que a qualquer momento podemos dar de caras com um inevitável e (à primeira vista) irresolúvel abismo; persistentes, no sentido de termos preserverança para sair da mó de baixo quando nem direcções, nem sentidos ou rumos a seguir parecem existir, ou até mesmo, naqueles momentos de secura da felicidade, fortificarmo-nos e tomarmos partido de pensamentos bonificadores e não pessimistas. Está no destino. Todas as ruas que representam os incontáveis caminhos que podemos seguir, todas as esquinas e/ou becos com ou sem saída, que traduzem as caminhadas percorridas e escolhidas, que nada mais têm a seguir... E aí torna-se necessário saber que se perdeu, aceitar a derrota e prepararmo-nos para um novo tempo, em que aí seremos donos da vitória, possuidores de um recente e desconhecido modo de vida, com o qual nos deparamos e o qual nos vemos obrigados a aceitar, é de certo irreversível e irredutível, este. Dificilmente aceite inicialmente... Posteriormente tornamo-nos conformistas em relação ao mesmo e certos de que terá muito para anunciar, batalhar, esperar, ansiar, conseguir, perder. A vida é isto, um ciclo vicioso e indeterminado. Faz-nos crescer, viver e certificar o que é incerto. Deve ser tolerada, não nos conformarmos com as coisas é repreensível. Assim, ontem, hoje ou amanhã é necessário olhar para tudo aquilo que de relance ou em profundidade se passa connosco, e tomar consciência do lado bom desses acontecimentos, do que tiveram de proveitoso e ensinador.

terça-feira, 11 de março de 2008

We can't get together anymore.

E aquele abismo que me derrotou, perante o qual me inferiorizei, permanecendo de cabeça cabisbaixa, evitando o diálogo sobre tal situação e intervindo apenas quando necessário... Esse mesmo que foi tudo menos indolor. Perante ele paralisei, perdi as forças e pejorei-me, dissipando e esquecendo todas as virtudes de que sempre fui dotado e também que a culpa do sucedido nem sequer caía sobre mim. Permaneci inerte, considerei que seria algo inelutável, pelo qual não poderia batalhar mais, a única hipótese era continuar a existir, mas sozinho, sem caminhar mais para ti e martirizando-me, de certo modo, por ter tido mais um relacionamento fracassado. Porém, naquela altura admito, só queria um abraço, um toque, uma promessa que se pudesse levar a efeito, um aconchego, só ansiava sentir que o meu porto de abrigo não tinha deixado de o ser. Não nego que, mais difícil que tudo, foi ter que partir e deixar-te ir num estado de desarme total. As marcas que deixaste foram fortes, continuam a ecoar e os carinhos que tantos planos juraram, provocam a incerteza e a inteligível dúvida de como teria sido se nada disto se tivesse desenrolado.
Não esqueci, não eliminei. Fui orgulhoso e obstinado, é certo. Não me arrependo, nem me condeno por o ter sido. Apesar da saudade e do desejo que se apoderaram na altura, a rejeição e o ter sido, indirectamente, mandado embora, prevaleceram sobre tudo o resto. Ainda hoje tomam conta de mim e, menos que há uns dias, fizeram com que nas minhas mãos e na minha cabeça não coubessem mais motivos para me elevar. Mal amado, senti que os esforços que havia feito de nada tinham servido, e que a plena sensação de perda me considerava a mim e só a mim o culpado. Entreguei-me vezes sem conta, sem qualquer hesitação, apenas com medo, aflição... Sentimentos que apressadamente aqueciam e davam lugar a esperança, convicção, certeza, segurança e estabilidade.
Desde então, ninguém mais conquistou um lugar dentro de mim da maneira que tu fizeste, tornou-se sólida a encrenca de me voltar a apaixonar. Desconfio de qualquer palavra, e levo tudo à letra, "endivido" o meu pensamento, porque roubo significados para as coisas que nem sempre são os mais adequados. A minha vida é um caos, um rodopio de emoções e trânsito de sentimentos. É aterrorizador e apenas sinto vontade de a sublimar. Poderia fazê-lo se estivesse enamorado, com os olhos brilhantes e se me sentisse acarinhado, sacrificando-me com tudo aquilo o que a pessoa tivesse direito. Não é essa a situação, mas espero, aguardo, mantenho-me na expectativa dum futuro promissor e comprometedor, capaz de me tornar naquilo que fui anteriormente, inabalável quase sempre, derrotável num número de vezes contabilizáveis pelos dedos.

domingo, 3 de fevereiro de 2008

It's not so easy...

It's so difficult to tell someone what I don't want to communicate and express, what I want to keep within me. And I fear that soon I'll reveal those things which make me sad and don't allow me to move forward. You can be sure that no one knows how it feels like. It's hard to imagine it, I think. But try to put yourself in my position and you'll conclude that it's not easy. I couldn't predict this situation, and also, prevent it. Futhermore, I neither wanted to go through this reality, not even for something which could prejudice me. However, life isn't as we expect or as we want it to be. Well... All of us will pass by things we didn't want to pass, we will suffer acidentally and unavoidably, we will go through new and unknown situations. So, we are involved in a constant empirical learning, from our personal experiences, which will guide ourselves and bring to us more sucess in a walk called life.

sábado, 2 de fevereiro de 2008



Tonight, we're going to repeat it.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Today, love caught me and made me write about it.

Já vai longe o tempo em que a paixão tomava conta de mim. Aquele tempo em que tudo o que é uníssono a uma relação consola e eleva, abalroando qualquer perturbação e sofrimento que apareça. Aquelas alturas em que a conformidade e a cumplicidade são os objectivos e ambições, em que se faz sigilo de vontades e planos, em que se entrelaçam as mãos e é como se nada mais existisse. Quando juntos e envolvidos no quente abraço apaixonado, contemplam e meditam sobre o luar e as estrelas, quando se trocam olhares brilhantes e, naquele silêncio inacabável, se apreciam os traços faciais, mutuamente. Subjacentes encontram-se não só os carinhos e trocas ternurentas entre corpos, mas também as palavras e expressões que se permutam, elaboradas, eloquentes, ou espontâneas. Adjacências que provocam e criam no parceiro um estado emotivo cada vez mais descontrolado, e que o tornam tão vulnerável ao amor, àquilo que realmente frui dentro deles, essa paixão tão assolapada e incontrolável. Os sacrilégios, as atitudes totalmente repreensíveis podem dar aso a desentendimentos momentâneos e esporádicos mas, a fortaleza com que este amor oblativo se constrói, sobrepõe-se aos momentos menos bons. E quando, nas breves despedidas, se perde de vista aquele que toma conta de nós, procriam-se dentro de nós as saudades, os desejos e esperanças, ligados à vontade de o rever, de reviver ou viver mais e melhores momentos a seu lado e, também, ao passar e correr do tempo, ansiando-se o apressar do mesmo nas horas de afastamento, e o seu lentar nas horas de proximidade. Como em tudo na vida, nestas ocasiões de magia perdura o medo de perda, uma certa insegurança... Todavia, deve ser atenuado este espírito negativo com a confiança, as promessas que sabemos que conseguiremos cumprir e com uma apreensão (incutida pelas belas expressões trocadas, por todos os carinhos e sacrifícios, esforços) que faça instalar-se uma maior estabilidade e satisfação. Tantos aspectos, características... Tudo tão indescritível, sim.





(Para quê uma repetitiva continuação? A paixão e o amor têm tanto que se lhes diga... É dispensável uma maior e pormenorizada descrição).

domingo, 27 de janeiro de 2008

Why is my satisfaction so difficult to get?

É imprevisível, incomodativo e perturbador. Um estado de espírito que nem sei como nem porque chega. Instala-se, preside e fica até eu perder a paciência (algo sujeito a uma certa fugacidade). É como um jogo, em que o falhado sou sempre eu, e o vencedor é sempre ele. É o 'expert' e eu sou o principiante que luta contra o monstro da fase final vezes a fio, permanecendo naquele nível inultrapassável. Ou, se preferível, poderei ainda pensar que é algo que se instalou porque eu tolerei e deixei, que usa e abusa, põe e dispõe da minha susceptibilidade sem cessar. E, por ter cedido tal permissão, é algo devastador do qual não me consigo livrar.
Por outras palavras, ou sorrio de orelha a orelha, ou me rebaixo de cima a baixo. Sendo que a primeira hipótese vem no seguimento da segunda... Angústia, tédio e desespero advêm dessa fraqueza impetuosa que se apoderou de mim e, risos, gargalhadas e piadas surgem quando já não há mais nada para lamentar. Ainda assim, aquando terminado tudo isto, o ciclo repete-se, inúmeras e incontáveis vezes, melhor citando, perco o controlo da situação.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Nothing can change it,

Sei que penso de maneira errónea e que, principalmente, mostro o meu mundo como algo promíscuo. Porém, abstrair-me de tudo isto torna-se demasiado difícil, e é inadmissível, sim. Incontrolavelmente tal perturbação apodera-se de mim e perco o 'fim à meada'. Deixo escapar a minha capacidade de racionalizar e não consigo tomar partido de algo que me eleve ou que ponha um fim a este sofrimento. Ser omnipresente, omnisciente, omnipotente... Algo tão impossível e tão egoísta de se desejar, ansiar, querer. Conseguir dissipar-me, lançar-me em várias direcções e descobrir, procurar e encontrar tudo o que mude o que aqui é imperfeito, completar todas as minhas imprudências e sublimar tudo o resto que já possuía. De dia para dia deveria ganhar força e ânimo, mas comovo-me cada vez mais, sinto-me mais debilitado e a mínima eminência que fruía dentro de mim foi-se destruíndo. É minha obrigação compenetrar-me que sentir-me tão melindrado comigo próprio é defeito e, como tal, deve ser ultrapassado com fervor e vontade.


(Contudo é simples pensar... porque partir do início e atingir a meta é algo fulminante, assustador e difícil de conseguir).

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Às vezes...

Às vezes mais vale desistir do que insistir, esquecer do que querer, arrumar do que cultivar, anular do que desejar. No ar ficará para sempre a dúvida se fizemos bem, mas pelo menos temos a paz de ter feito aquilo que devia ser feito e posteriormente aperceber-nos-emos das consequências positivas ou negativas da decisão tomada. Somos outra vez donos da nossa vida e tudo é outra vez mais fácil, mais simples, mais leve, melhor. Lutámos contra algo que nos feriu a susceptibilidade e desistimos de algo que apontava ser transitório. Porque na vida, às vezes, é preciso deitar tudo abaixo, começar do início e mudar aquilo que parece não ter solução. É necessário pedir silêncio, paz, sossego, tempo para nós mesmos, sem dor, sem tristeza.

sábado, 12 de janeiro de 2008

I don't look back, I live the present, despite having lots of problems, but, at this moment, I'm feeling so fragile... After those moments with my friends, I couldn't keep me strong, it's unbelievable. I have to find an explication for all these strange feelings, for all this stupid emotions. At least once, I should be able to overcome my weaknesses, raise my head and convince myself that I can do it better, I can act in a differente way. Perhaps I need something new, something that provides me cheerful and colorful days, instead of being always melancholic and worrying or annoying the others with my problems, definitely.

So... To avoid the possibility of becoming repetitive, I'm going to take care of my thoughts.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Dilema,

Subitamente, tomo consciência da enorme estupidez de atitudes que tomo, que nem sequer deviam ser postas em prática. Vontade minha de as tomar, inexistente. Porém, o inconsciente sobrepõe-se à ponderação e é tão mais forte e rápido que a probabilidade de prevalecer é muito maior. Efectivamente que razões concretas para reagir de tal maneira não há... Apenas razões abstractas e invenções, especulações por mim feitas e que se solidificam em relação à verdadeira realidade e/ou correcta forma de me sentir. É tão incontrolável e ao mesmo tempo tão intolerável que por entre todas estas trocas e baldrocas acabo por me se sentir desorientado e deslocalizado e ao transpôr aquilo que sinto, preocupo aqueles que me são próximos. Sentindo tamanhas idiotices, ganho ânsia de gritar para dentro de mim, arrancando raízes às árvores de problemas que aqui florescem, explodindo veias aos mesmos, e trespassando este mundo que teima em me prejudicar. Porventura será cruel de minha parte culpar outrém por esta disfunção psicológica mas... Ao mesmo tempo, fazê-lo torna-se de certa forma, um alívio. A culpa não desaba toda sobre mim, mesmo que, por instantes eu me acuse totalmente. Talvez por não ter algo mais com que me preocupar, me torne minucioso, vá até aos mínimos detalhes. A vida é isto mesmo, e consegue pelos mais pequenos detalhes tornar-se aliciante, estonteante e emocionante.


terça-feira, 8 de janeiro de 2008


Garbage


domingo, 6 de janeiro de 2008

I lost my own senses.

Às vezes devia conseguir exprimir o inexprimível, explicar o inexplicável, evitar o inevitável, descrever o indescritível, acabar o inacabável, perceber o imperceptível, conciliar o inconciliável, conhecer o irreconhecível, perdoar o imperdoável, permutar o impermutável, perturbar o imperturbável, comparar o incomparável, mudar o imudável, mover o imóvel, parcializar o imparcial, tornar passível o impassível, modificar o imodificável, moralizar o imoral, sensibilizar o insensível, fazer pertinente o impertinente, abalar o inabalável, tolerar o intolerável, possibilitar o impossível...
Devia mas não consigo. Falta-me coragem, tempo, palavras, argumentos, razões, explicações, testemunhas, ajudas, apoio, vontade. Falta-me força para erguer a cabeça quando ela cai. Nada se encontra como antes...

Tenho que voltar ao Diogo de antigamente, é impreterível.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

It's hard to live here, in this world.

Mergulhamos cada vez mais numa total desordem que é impossível de decifrar e organizar. As falsidades e mentiras que tanto se banalizaram; o ser-se interesseiro e aproveitador deixou de ser algo tão falado, especulado e criticado; a dupla personalidade, uma de dia e uma à noite, é agora a prioridade de muitos; atribuir defeitos e criticar toda a sociedade que passa por entre as ruas desta cidade, tornou-se tão normal; o conhecer das pessoas por aquilo que são, que é agora tão intentado, somente (para a maioria) o aspecto físico é relevante... Tudo hábitos, costumes, quotidianos, sim. Envolveram-se com a realidade e, relativamente a muitos, passaram a ser as normalidades da actualidade, em detrimento das de há uns tempos atrás.
Deparo comigo mesmo em situações de reflexão extrema, em que me apercebo que tudo se encontra perdido, grande parte de nós perdeu os bons princípios com que fomos educados, e esses ganharam um novo significado. Sermos aceites ou não, depende de muita coisa. É inconcebível, ferimos inúmeras vezes a nossa própria susceptibilidade para não nos sentirmos postos de parte. Tabacos, drogas, festas, saídas, bebidas... Tudo factores preponderantes que constituem o tão conhecido e titularizado conceito, a popularidade.
Porém, seria de todo errado não admitir que eu próprio, inserido nesta sociedade consumista e tão diferenciada, cometo erros como tentar interagir com todas estes novas e habituais maneiras de viver, que tantas vezes fazem com que só nos sintamos felizes se participarmos nas tão importantes actividades da 'nata fina e popular' da cidade.
Esta complexidade e especificidade em que recentemente passámos a viver, mostra que com o decorrer do tempo nada se iguala ao que se desenrolou antigamente, e é tão atribulado morar neste mundo que, incontestavelmente nos esquecemos das coisas mais elementares e importantes.