segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Após dias, dias, dias e dias...

A vida recua e avança num misto de sensações. As suas metáforas movem-nos e encaminham-nos. Fazem-nos pensar, ensinam-nos a ser pragmáticos e a tentar conhecer com uma certa relutância a verdadeira essência do rápido passar do tempo.
A aprendizagem depende das experiências, das exigências e daquilo que o destino nos reserva. Além disso, subordina-se com os caminhos que tomamos ao longo da nossa existência e escolhas que fazemos perante alternativas exequíveis, na tentativa de nos exonerarmos das adversidades da vida. O medo, o pânico, a angústia, que nos deixam desamparados e tomam conta de nós muitas vezes, nem sempre são sinal de um futuro não promissor. A alegria, o contentamento e a felicidade, que nos deixam eufóricos e a saltar mais alto do que devemos, nem sempre prometem que os dias que se seguem serão iguais ou melhores que os anteriores. A racionalidade perante tudo aquilo que de nós se aproxima é efectivamente importante. Nem sempre somos donos da nossa vida porque nem dela sabemos cuidar. Não conseguimos tomar conta dela, porque não sabemos o que fazer em cada situação. Não é incomum nem condenável, é natural.
É por isso que todos perdemos e todos ganhamos. Porque nem após dias, dias, dias e dias, meses, meses e meses, anos, anos e anos, aprendemos a lidar com tudo. Aparece sempre um novo e robusto enigma que enceta pensamentos de idiotice e não conhecimento da vida. Isto reside na inesperada conjuntura que surge sempre que viramos uma nova esquina. É um passo novo, um nível novo a atingir.